O Edu e a Rafa do Projeto Pandora on the Road saíram do Brasil dirigindo seu Land Rover Defender e foram até o Quirguistão assistir os Jogos Mundiais dos Povos Nômades, um evento impressionante que mostra a disputa entre esses povos em esportes étnicos que surgiram há séculos.

Texto e imagens: Eduardo Brancalion (Co-fundador do Projeto Pandora on the Road)

Instagram Pandora on the Road

Site Pandora on the Road

Youtube Pandora on the Road

Desde que ficamos sabendo da existência do World Nomad Games, que ocorrem a cada 2 anos desde 2014 no Quirguistão, a ideia de participar de um evento tão único e representativo da cultura nômade não saiu mais da nossa cabeça. Mas ainda estávamos no Cazaquistão e não queríamos passar correndo pelos lugares de natureza, então optamos por chegar apenas para os 2 últimos dias dos jogos.

As competições esportivas são a atração central do evento, mas em paralelo ocorrem diversas apresentações de teatro, música, dança e artes. Representantes de mais de 60 países se enfrentam em dezenas de modalidades que giram em torno das provas sobre o cavalo e de luta livre, principalmente.

Chegamos à tardinha e fomos direto para o Hipódromo, onde alguma coisa bem emocionante devia estar ocorrendo, considerando os gritos da plateia. Caímos no meio do jogo de Kok Boru, esporte nacional do país e, de longe, aquele que mais encanta as multidões. Imaginem a nossa expressão ao entender o que acontecia em campo: os jogadores, de cima de seus cavalos, perseguiam uma cabra morta, sem cabeça, e deviam arremessa-lá nos respectivos buracos no fim de cada lado do campo.

Na maioria dos arremessos, eles caiam com a cabra (ex-cabra) e tudo pra dentro do buraco, já que imagino a dificuldade de jogar um corpo de 45 quilos montado em um cavalo a galope e em plena velocidade. No meio do caminho, eles se batem e se espancam, visando dificultar o “gol” do adversário. Ficamos bastante impressionados com a brutalidade do esporte, desde o uso de um animal morto até a violência livre entre os jogadores. Mas quando se trata de tradição e cultura, aprendemos apenas a observar. O Kok Boru é jogado há centenas de anos pelos povos nômades, sendo ainda hoje para o Quirguistão e o Afeganistão o que o futebol é para nós.

Ficamos desolados ao saber que as competições de caça com águia já haviam terminado. Outra tradição milenar dessas bandas, as águias caçadoras eram extremante importantes para o sustento das tribos nômades ao prover alimento e pele no rigoroso inverno da Ásia Central. Nos dias de hoje, existem pouquíssimos Berkutchi, os homens que ainda mantêm viva a tradição e fazem algumas exibições com suas águias douradas (nome dado devido à cor das penas em sua cabeça). O treinamento das águias caçadoras pode levar até 4 anos e requer práticas um tanto cruéis, como deixar a ave vendada durante a maior parte do tempo, pra que ela dependa inteiramente do seu treinador, e assim esqueça seus instintos selvagens.

Durante os Nomad Games pudemos vivenciar de perto alguns esportes totalmente diferentes do que estamos acostumados no Ocidente, em que ficaram evidentes a brutalidade e a raiz primitiva ainda presentes nos povos dessa região da Ásia. Foram imagens pra não esquecer tão cedo.

Se você gostou deste post e quer saber mais sobre a viagem do Projeto Pandora on the Road, sigam o Edu e a Rafa no Instagram, as fotos deles são maravilhosas.

O Land Rover Defender que é a casa deles nessa volta ao mundo você pode conhecer no vídeo abaixo que está no canal do Pandora on the Road no Youtube:

 

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here