Com 7.856 km de percurso, sendo 5.097 de trechos cronometrados e 2.759 de deslocamentos, o Rally Dakar 2020 será, pela primeira vez, disputado inteiramente no território da Arábia Saudita.
Tendo o maior deserto do mundo como pano de fundo, a prova terá nada menos que 65% de seu percurso em piso de areia – boa parte em regiões de dunas com mais de 200 metros de altura. A prova foi batizada de “Capítulo III”, já que esta é a terceira vez na história que o Dakar muda de continente
Ao todo os pilotos enfrentarão 12 etapas, percorrendo uma distância total próxima dos 7.900 km, com mais de 5 mil km de especiais cronometradas, com a primeira metade da prova levando os pilotos por um labirinto de trechos onde as habilidades de navegação serão testadas, antes da segunda metade, quando o rali entra de vez nas dunas da Arábia Saudita.
A disputa das motos vai novamente trazer alguns dos melhores pilotos do mundo e que foram responsáveis por uma batalha emocionante pela vitória em 2019, no Peru. Destaque para o campeão, Toby Price.
A escalação da competição dos carros também vem pesada e sem grandes desfalques na lista dos favoritos ao título. Nasser Al-Attiyah vem para defender o título com a Toyota ao lado de Matthieu Baumel em um terreno que conhece bem, mas terá outros grandes adversários: Nani Roma, que vem com um protótipo Borgward; O rei do Dakar Stéphane Peterhansel, que acelera com Mini ao lado da esposa, Andrea Peterhansel, sua navegadora; Carlos Sainz, que busca o tricampeonato, também com a Mini; Giniel de Villiers, campeão em 2009 com a Volkswagen e uma das apostas da Toyota à vitória, além de outros pilotos que costumam andar muito bem no Dakar, como Jakub Przygonski, Martin Prokop e Bernhard Ten Brinke.

Mas a principal atração é, sem dúvidas, Fernando Alonso. O bicampeão mundial de F1 vai formar parceria com Marc Coma, lenda do Dakar nas motos, mas que fará sua estreia como navegador. O duo espanhol vai acelerar com o Toyota Hilux #310 nas dunas da Arábia Saudita.
“Vou ao Dakar com a ideia de vivê-lo, mas sobretudo com a ideia de chegar ao fim. Sei que vai ser muito difícil. Acho que não há polos mais opostos do que a F1 e o Dakar. É um desafio interessante, seguramente impossível no papel, mas estou ansioso para encarar, aprender a preparação que estou vivendo ao longo destes meses, e tudo isso está me enriquecendo como piloto, o que é uma das minhas prioridades quando encaro este tipo de desafio: ser melhor ao terminá-los”, disse.

Os três principais concorrentes na disputa dos UTVs na temporada 2019 vão novamente medir forças na Arábia Saudita em janeiro. Destaque para o chileno Francisco ‘Chaleco’ López Contardo, campeão da edição disputada no Peru, para o espanhol Gerard Farrés Guell e para Varela, que volta a formar dupla com Gustavo Gugelmin para mais um Dakar.

Super Maratona
As etapas maratona, onde não é permitida a assistência noturna das equipes, fazem parte do Dakar já há algum tempo, mas em 2020 a novidade é a etapa Super Maratona.
Ao chegarem no acampamento na cidade de Neom, onde termina a segunda etapa, os pilotos terão apenas 10 minutos para reparos mecânicos.
O Primeiro Acidente
O Dakar 2020 já fez sua primeira vítima antes mesmo de a competição ter seu início no próximo fim de semana, na Arábia Saudita. No shakedown desta quinta-feira, Martin Kolomy capotou o Ford Raptor 4×4 e foi hospitalizado com vértebras feridas.
O piloto, que geralmente compete com caminhões, é companheiro do ex-WRC Martin Prokop. Kolomy capotou seu Ford durante atividade no shakedown. O carro aterrissou depois de uma série de capotamentos, como você pode ver a seguir:
O helicóptero de resgate chegou rapidamente ao local do acidente, resgatando Kolomy, e o levanddo para o hospital. O navegador Jiri Stross também foi transferido para um check-up.
Kolomy twittou do hospital: “Tive a 3ª vértebra comprimida e a 2ª rachada. Agora eles [os médicos] estão se perguntando o que fazer comigo! Mas eu vou ficar bem. Obrigado a todos pelas mensagens de suporte… Elas tornam o processo muito melhor”.
Largada e Roteiro
O Dakar 2020 começa no dia 5 de janeiro, largando em Jeddah, segunda maior cidade do país. Ao todo serão 12 etapas até a chegada em Qiddivah.
Antes do descanso, que acontece no dia 11 de janeiro em Riyadh, os pilotos terão o primeiro gostinho das desafiadoras dunas da Arábia Saudita, além da chance de se preparar para os famosos “bairros vazios”, cidades fantasmas no meio do deserto que farão parte da segunda metade do rally.
Estes locais ficam no extremo sul da Arábia Saudita, e são praticamente desabitados, exceto por um punhado de aldeias e oásis, além de dunas com mais de 250 metros de altura, uma após a outra.
A organização afirma que a navegação será fundamental durante as três últimas etapas. Já a etapa maratona será realizada entre as etapas 10 e 11, dando à última parte do rali uma dificuldade extra.
Confira a seguir os detalhes do roteiro.
1ª etapa: Jeddah – Al Wajh (5 de janeiro)
Cronometrado: 319 km
Deslocamento: 433 km
Total: 752 km
Assistência mecânica: km 639
2ª etapa: Al Wajh – Neom (6 de janeiro)
Cronometrado: 367 km
Deslocamento: 34 km
Total: 401 km
Assistência mecânica: km 239
3ª etapa: Neom – Neom (7 de janeiro)
Cronometrado: 404 km
Deslocamento: 84 km
Total: 489 km
Assistência mecânica: etapa Super Maratona
4ª etapa Neom – Al Ula (8 de janeiro)
Cronometrado: 453 km
Deslocamento: 223 km
Total: 676 km
Assistência mecânica: km 500
5ª etapa: Al Ula – Há’il (9 de janeiro)
Cronometrado: 353 km
Deslocamento: 210 km
Total: 563 km
Assistência mecânica: km 442
6ª etapa: Há’il – Riyadh (10 de janeiro)
Cronometrado: 478 km
Deslocamento: 352 km
Total: 830 km
Assistência mecânica: km 619
11 de janeiro: dia de descanso em Riyadh
7ª etapa: Riyadh – Wadi Al-Dawasir (12 de janeiro)
Cronometrado: 546 km
Deslocamento: 195 km
Total: 741 km
Assistência mecânica: km 741
8ª etapa: Wadi Al-Dawasir – Wadi Al-Dawasir (13 de janeiro)
Cronometrado: 474 km
Deslocamento: 240 km
Total: 713 km
Assistência mecânica: etapa Maratona
9ª etapa: Wadi Al-Dawasir – Haradh (14 de janeiro)
Cronometrado: 415 km
Deslocamento: 476 km
Total: 891 km
Assistência mecânica: km 737
10ª etapa: Haradh – Shubaytah (15 de janeiro)
Cronometrado: 534 km
Deslocamento: 74 km
Total: 608 km
Assistência mecânica: etapa Maratona
11ª etapa: Shubaytah – Haradh (16 de janeiro)
Cronometrado: 379 km
Deslocamento: 365 km
Total: 744 km
Assistência mecânica: etapa Maratona
12ª etapa: Haradh – Qiddiyah (17 de janeiro)
Cronometrado: 374 km
Deslocamento: 73 km
Total: 447 km
Assistência mecânica: km 341
Total cronometrado: 5.097 km
Total deslocamento: 2.759 km
Total: 7.856 km
Total assistência mecânica: 4.267 km